"Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve."

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Você sabe o que é Bullying?

Hoje resolvi dar uma pausa no blá blá blá pra falar sobre algo muito sério.
Algo que vemos em filmes, mas que também acontece muito na vida real, que é o bullying.
Sou professora, e passo grande parte do meu tempo com crianças e adolescentes, e vejo o quanto certas brincadeiras aparentemente inocentes podem machucar, humilhar e até traumatizar uma pessoa.

Bullying é um termo de origem inglesa, ainda sem tradução para o português, que é usado pra descrever atos de violência física e/ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo, estudante - bully ou “valentão” - ou grupo de pessoas, geralmente alunos. A vítima ou alvo sente-se intimidada e incapaz de se defender - e sofre em silêncio.
Um criança pode sofrer ou praticar esse tipo de violência na sua sala de aula, na sua rua, na sua igreja, sem que você saiba, porque o que parece ser um comportamento normal, pode ser extremamente prejudicial ao indivíduo. O bully faz o outro sofrer, discrimina-o e o exclui do grupo, ignora-o e intimida. Assim, a criança agredida sente-se perseguida, aterrorizada, amedrontada, tiranizada e dominada. O agressor pode ser ou não motivado por preconceito, ou seja, o estudante escolhe sempre alunos menores, mais magros, mas gordos ou de diferentes etnias.

O bullying indireto também é conhecido como agressão social, e é mais comum com o sexo feminino e crianças pequenas. É caracterizado por acusações de não servir para nada, apelidos e insultos, forçando a vítima ao isolamento. Mas a forma mais comum com o sexo masculino é o bullying direto, que é fisicamente violento, envolvendo socos, tapas, chutes, mania de empurrar e ferir. Além de roubo e quebra de pertences.


Os valentões, geralmente, são crianças de pouca empatia diante do grupo. Alguns pertencem a famílias desestruturadas, com pouco relacionamento afetivo. São filhos de pais ausentes, com tolerância baixa ou comportamento explosivo.
É possível notar com facilidade uma criança vítima de maus-tratos por parte dos colegas. Ela normalmente não reage ou interrompe as agressões contra si. Perdendo a esperança e tornando-se pouco sociável.
De tanto escutar dos próprios colegas que é inútil ou pior que os demais, acaba perdendo toda a auto-estima e não expressa as próprias emoções, podendo evidenciar problemas de relacionamentos. A incerteza de ser ouvido ou auxiliado pelos adultos o impede de pedir ajuda. Tal sentimento agrava-se pelo menosprezo, pela indiferença ou por críticas que pais ou professores fazem a respeito de seu sofrimento. Com poucos amigos, a criança fica apática, quieta, sem reagir aos atos de agressividade sofridos. Isso pode resultar em ansiedade, problemas gástricos, baixo desempenho escolar e resistência ou recusa à escola, simulação de doenças, troca frequente de colégios ou até o abandono dos estudos. Nos casos mais extremos o uso de drogas e álcool, automutilação e até o suicídio.
É necessário que a sociedade reconheça que o bullying existe e que não pode ser admitido. A nossa inércia pode incentivar outras crianças a praticarem esse tipo de brincadeira, ao perceberem a impunidade e permissividade.
Então, se você conhece alguém que pratique ou sofra com o bullying, não fique alheio, não ignore. Tome uma atitude em favor da não-violência, da igualdade e do amor ao próximo.



“Bem-aventurados os pacificadores, pois eles serão chamados filhos de Deus” - Mateus 5.9

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