"Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve."

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Daltônica

Eu sou Daltônica. Café preto e ovo branco.
Arraste-me para fora de mim mesma.
Eu estou pronta. Eu estou pronta. Eu estou pronta. Eu estou...
“Meu português”, imobilizado e com a língua travada. Gaguejo trêmulo e sem firmeza.
Eu estou coberta por uma casca. Ninguém pode entrar.
Arraste-me para fora de mim mesma.
Eu estou embrulhada, desembrulhada e desembrulhando.
Eu sou...
Daltônica. Café preto e ovo branco.
Arraste-me para fora de mim mesma.
Eu estou pronta. Eu estou pronta. Eu estou pronta.
Eu estou... bem.
Eu estou bem!

[Colorblind]

3 comentários:

Monalisa disse...

Ah! eu tenho um sobre daltonia... gostaria de compartilhar irmã querida!Lá vai:
"Olhar sem cor, de amor seu ver extremamente singular. Leva-me a ver fiéis cicatrizes, profundas harmonias da cor que não é vista, mas sentida.
Voz com a verdade que conjectura a ferocidade de ser cru, mas macio e maciço.
O nome desse olho que me olhou que me olhou, que me coloriu mesmo sem que distinguisse em qual cor estava o meu amor é MARCO. Que me marcou...
Em tom pastel me amou ao original, de saber ser o que melhor faz, ser quem é." Não está inteiro mas tá aí a melhor partEstou bem também.

Monalisa disse...

Piu, piu já saiu da casca??? Rs!!!!

O diário de um Chamado. disse...

Esse texto é muito bom. "Arraste-me pra fora de mim mesma" sintetiza tudo. Bom saber que tenho uma amiga tão inteligente. Você poderia explorar mais esse lado poético.